Cerca de 5 distritos da Zambézia registam mortes por malária enquanto medidas de prevenção ainda não avançam

Nos últimos tempos, a malária tem sido uma das doenças que mais contribuem para o aumento de casos de morte no país, uma situação que tem levantado debate entre a sociedade civil e as comunidades em geral, por ser preocupante e semear terror na vida da população.
Na Zambézia, por exemplo, concretamente no distrito de Namacurra, só este ano foram registados sessenta e um mil, quinhentos e noventa e seis (61.596) casos de malária. Comparando com o ano passado, 2024, em que o distrito registou cinquenta e um mil, setecentos e doze (51.712) casos, observa-se um aumento de nove mil, oitocentos e oitenta e quatro (9.884) casos, embora sem óbitos registados até então.
“Neste momento, não registámos nenhum caso de óbito e, nos últimos dias, temos levado a cabo sensibilizações junto das comunidades para garantir a redução de casos de malária, principalmente com apoio das lideranças comunitárias, que têm nos ajudado, pois ultimamente as famílias já aderem às unidades sanitárias quando apresentam sintomas desta doença”, afirmou o Director Distrital de Saúde, Geraldo Duarte. Contudo, mesmo com as acções de sensibilização, os casos continuam a aumentar, facto que tem levantado questionamentos.
As entidades governamentais do distrito de Namacurra afirmam que o aumento dos casos de malária está relacionado com os efeitos das mudanças climáticas registadas nos últimos tempos, assim como com o fraco saneamento do meio, protagonizado pela população local. Por isso, segundo o dirigente, optou-se pela implementação de uma campanha de distribuição massiva de redes mosquiteiras, embora ainda não haja uma data definida para o início.
Enquanto o distrito de Namacurra regista um aumento de casos, mas sem óbitos, os distritos de Alto Molócuè, Lugela, Namarrói e Quelimane registaram onze (11) óbitos devido à malária. Estes dados foram partilhados durante o 1.º Fórum Provincial da Malária, realizado na cidade de Quelimane, um evento que juntou administradores distritais, membros do Conselho Executivo Provincial e parceiros de cooperação na área da saúde.


Por: CAMANETE AGOSTINHO